Tolkien: As polêmicas novas traduções da Harper Collins

Saudações. Depois de muito tempo sem postar, achei interesante falar sobre um assunto que gerou muita polêmica no ano passado, quando a editora Harper Collins começou a publicar as obras de Tolkien no Brasil, algumas inéditas e outras como relançamentos.


Até aí uma grande notícia sobre novos lançamentos se não fosse por uma questão: as escolhas de certos termos traduzidos que não agradaram muita gente. Vamos lá.

Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que esta é apenas a minha opinião, e claro que se alguém discordar a sessão de comentários abaixo está aí pra isso. Até o momento, foram lançados três livros: A Queda de Gondolin, Beren e Lúthien e O Silmarillion. A previsão é de que seja lançado também O Hobbit e O Senhor dos Anéis.


Os volumes estão fantásticos. Capa dura, fitilho marcador para não se perder na leitura, acabamento de luxo, ilustrações e tradução (já volto nisso) feitas com afinco e profissionalismo impecável. A diagramação está boa, tornando a leitura agradável, notas de tradução e todos os apêndices que compõem as obras. 

O destaque aqui, no entanto, é que o livro passou por uma nova tradução, com termos aprovados por um conselho editorial formado por tradutores estudiosos da obra de Tolkien. Assim, verbetes antes não traduzidos que tinham uma versão mais conhecida passaram por tradução, corrigindo um antigo erro de padronização. Pra você ter uma ideia, os famosos ORCS, viraram ORQUES. Também foram mais fielmente reproduzidas as diferentes formas de linguagem dos povos de Arda, diferença essa planejada por Tolkien, mas que não foi devidamente observada nas edições anteriores da obra. Some-se a isso outras coerências referentes à lingua portuguesa, como padrões de plural e nomes próprios. Não se estranhe ao ler o plural de anão como "anãos", e não como estamos acostumados com "anões". A grafia está corretíssima. Lembre-se que o plural de "cidadão" é "cidadãos", e não "cidadões".

Concluindo, na minha opinião as reclamações sobre esta tradução está muito equivocada. O leitor pode notar que o trabalho foi minucioso e feito não por tradutores, mas sim por profissionais apaixonados pela obra de Tolkien e que realizaram este trabalho com paixão e coerência. Vamos esperar os próximos livros, pois não vejo a hora de ler novamente a Trilogia do Anel com esta nova visão editorial.

Se quiser saber mais, ESTE VIDEO explica como o conselho decidiu sobre os termos utilizados e também pode ler NESTE ARTIGO do portal Valinor outras explicações sobre a tradução feitas direto pelo tradutor, Reinaldo José Lopes. 

Abraço.