Old Dragon: Ur - O novo mundo de Ur

Greatings comrades and maidens!

Continuando a mostrar um pequeno esboço do meu cenário de campanha para Old Dragon: o mundo de Ur.
Lembro-vos que estou postando aos poucos este trabalho aqui no blog pra ter uma ideia geral do cenário, e também para angariar sugestões e mais ideias ao pequeno mundo de Ur. Então, continuando a descrição, entenderemos agora o que aconteceu ao mundo após o chamado Dia do Julgamento.
O novo mundo de Ur

O “mundo” é um pedaço de terra plana que flutua no universo infinito. Seu formato de disco possui uma maior abrangência de terra no lado debaixo, pois como alguns dizem: “ele foi arrancado pela raiz”. Esta base gigantesca conservou o imenso subterrâneo do antigo continente que, além disso, atraí magicamente todos os corpos até seu cume negativo, agindo como uma força gravitacional. É neste subterrâneo que também brota toda a água que, na superfície, nasce nas montanhas percorrendo rios até desaguar nos mares e vazar para o cosmo pela beirada do mundo. Esta terra agora é chamada de Ur, que significa “flagelo”.
O pequeno sol amarelo gira em torno de Ur separando o dia da noite. Mas como a parte inferior é muito maior que a superfície, as noites são mais longas que os dias, durando cerca de 16 horas de escuridão das 24 que o sol leva para dar uma volta completa. Noite que nunca é igual à outra, dependendo da região do universo que estiver a percorrer na chamada Jalan Besar. A partir do Hari Kiamat, a orientação por estrelas ficou impossível. Aliada a esses fatores, uma pequena atmosfera formou-se ao redor de Ur, como uma bolha invisível. Ela permite que se formem nuvens, que chova, que vente e que se respire nesta terra abandonada. 
As estações do ano funcionam de uma maneira diferente. Elas se iniciam de dentro para fora e nunca mudam. Ou seja, nos planaltos montanhosos do interior de Ur, sempre é inverno, e em sua parte exterior, como na borda rochosa, nos mares e nas regiões litorâneas, é sempre primavera. Entre estes locais ficam as regiões de outono e verão. 
A superfície de Ur, sendo plana e de formato esférico, possui um diâmetro de aproximadamente 1300 quilômetros. Sua borda é rodeada por imensos picos montanhosos que servem como uma espécie de barreira entre a parte habitável e o vazio do espaço. Alguns pontos nestas montanhas permitem que a água do grande mar que antecede o continente central vaze por sua borda, renovando o líquido que nasce no centro do mundo subterrâneo e, por certas vezes, até mesmo navegantes desavisados são tragados por estas passagens. Além disso, qualquer coisa arremessada ou jogada para fora dos limites de Ur cai para as profundezas do espaço. O subterrâneo passou a ser conhecido com Sankharaba, que significa “debaixo da terra” no idioma antigo. A contagem dos anos passou a ser feita apenas por sábios e estudiosos que criaram um calendário onde é possível contar os dias e noites estabelecendo-se um ano inteiro.
Todo o dispêndio de energia mágica que fora usado pelos Numes no Hari Kiamat maculou o solo de Ur, como um efeito colateral da atrocidade cometida pelos seres divinos. A partir do evento, toda criatura morta, que é enterrada no solo do continente, volta dos mortos, agora como um morto-vivo, na noite seguinte ao sepultamento. Esses seres não pensam ou se comunicam, são apenas aplacados com uma fome insaciável por sangue e carne, de qualquer tipo. Os rituais funerários foram esquecidos, e agora os corpos dos mortos são queimados ou jogados pela beirada do mundo. Mas depois de um tempo, sacerdotes e necromantes desenvolveram rituais capazes de trazer de volta aos mortos-vivos sua inteligência, lembranças e até poderes mágicos, e esses foram os primeiros vilões da nova era. 
Por muito tempo após o Hari Kiamat, os utilizadores de magia e os sacerdotes que sobreviveram, acreditaram que a magia havia acabado juntamente com seu planeta e suas divindades, mas estavam errados. Depois de anos na Jalan Besar, magos e clérigos descobriram que a magia ainda existe, mas de forma diferente. Os arcanos agora, para realizar suas magias, conseguem extrair a energia do cosmo, e quanto mais perto de planetas, asteróides, estrelas, galáxias e constelações, essa energia aumenta exponencialmente tornando-as mais poderosas do que nunca, ou mais fracas, quando distantes de pontos como estes. 
Os sacerdotes das raças antigas agora sonham com as divindades, pois ainda se lembram dos Numes, e através deste processo onírico recebem suas magias diariamente para que possam orar e realizá-las. Os clérigos humanos descobriram que, como nunca tiveram contato com os deuses antigos, podiam se utilizar de antigos artefatos, itens mágicos, construções e qualquer outra coisa que ainda esteja imbuída da energia dos seres divinos. Esse processo ainda é feito através das antigas orações, mas quem responde não são mais os Numes, e sim sua energia reminiscente de certos objetos e lugares. Isso levou os sacerdotes a uma busca ferrenha por antigos artefatos, itens mágicos, antigas ruínas de igrejas, templos, ou qualquer outro local que ainda contenha um resquício da energia divina. E agora sabendo que essa energia pode ser finita, os clérigos humanos tornaram-se fanáticos e obcecados por estas raridades. 
O idioma antigo, falado em todo o continente e por quase todos os povos, agora é usado apenas para dar nome a lugares e coisas esquecidas. Com o advento dos humanos, o uso de seu idioma, ou apenas o Comum, foi difundido e passou a ser conhecido por quase todos. As diversas raças que já habitavam o antigo planeta antes do Hari Kiamat ainda conservam alguns de seus antigos costumes, como idioma, particularidades e locais que viviam antes do holocausto divino. 
Depois da chegada dos humanos e o início da jornada de Ur pela Jalan Besar, muita coisa mudou no continente. Impérios tombaram, outros surgiram, um ser maligno tentou tomar o mundo para si e foi derrotado, e quem não se adaptasse a nova vida, viria a perecer. Antes do Hari Kiamat, o antigo continente possuía cidades maravilhosas, castelos imensos, monumentos gigantescos e milhares e milhares de construções. No holocausto divino, a maioria destas obras veio abaixo. Como um terremoto de proporções épicas, cidades inteiras ruíram, deixando apenas escombros e desespero. Após o evento e a chegada dos humanos, algumas cidades foram reconstruídas, outras abandonadas para sempre e ainda novas metrópoles surgiram, mostrando a força da nova raça que apareceu. 
As principais raças que viviam no continente antes do Hari Kiamat eram os anões, os elfos, os halflings, os gigantes, os seres do Sankharaba, os dragões, e as raças selvagens que incluíam: goblins, hobgoblins, bugbears, orcs, gnolls, kobolds e os homens-lagarto. Com sua chegada, os humanos rapidamente se multiplicaram e agora sua população é maior do que a soma de todas as outras, e seu desejo pelo domínio e poder sobre os outros habitantes de Ur só aumentou com o passar dos anos, apesar de uma parte mostrar clemência e compaixão com os antigos habitantes de Ur. Apenas uma fraqueza os abateu, com relação ao nascimento de gêmeos. Quando um gêmeo humano é ferido, seu gêmeo, onde quer que esteja, também sofre do mesmo ferimento ou enfermidade, chegando a morrer se um ou outro também perecer. Essa maldição levou muitos pais humanos a sacrificarem filhos gêmeos logo no nascimento para poupá-los de um sofrimento no decorrer da vida. 
Os dragões, por serem seres mágicos e também por acumularem muitos tesouros, refugiaram-se no Sankharaba para fugir dos clérigos, que descobriram que podiam retirar a energia dos répteis para suas magias. 
Os elfos retiraram-se para as florestas, juntando-se aos centauros, sátiros, minotauros, gnomos e outros seres das matas de Ur. 
Os anões foram para suas cidades nas montanhas, juntamente com os gigantes sobreviventes a quem passaram a seguir, pois estes foram quase que totalmente exterminados, sobrando apenas poucos deles. 
Os halflings tiveram suas vilas tomadas pelos humanos e acabaram se misturando a eles, mas passaram a sofrer discriminação e intolerância. 
As raças selvagens, chamadas de Siaytan, que significa “peste ou praga” no idioma antigo, foram caçadas, subjugadas e escravizadas, e agora servem os humanos em trabalhos forçados e são comercializados em mercados de escravos. Os sobreviventes destas raças fugiram para o Sankharaba e agora servem aos dragões.

Quem não viu as outras partes e quer conhecer clique nestes links: Introdução e A História Antiga.
See you later!