Livro do Mestre: várias faces de uma mesma moeda

Saudações camaradas e donzelas. Alguns meses atrás, escrevi um post sobre os vários livros do jogador que já existiram nas diversas edições do D&D. Agora hoje vos pois lhes mostrarei os vários livros do mestre que já existiram. Então vamos lá.

Quando em 1974 saía o pioneiro, não podíamos dizer que havia um livro do jogador, do mestre ou dos monstros. Os três livretos básicos continham tudo: desde raças e classes até tesouros e monstros. Foi em 1979 que o tio Gygax apareceu com seu Advanced e mudou tudo. Tinha o Livro do Jogador e depois veio o Livro do Mestre. Bom, este primeiro volume da primeira edição do AD&D, com 240 páginas, miolo preto e brando e uma capa bem chinfrin (que depois ainda teve outra mais legal), continha a base de todos os livros posteriormente lançados nas edições seguintes. 
Os capítulo separavam-se em raças, classes, habilidades e perícias, explicações mais profundas sobre magia, equipamentos e daí começavam as sessões realmente de serventia aos mestres. Tudo bem, as outras que falei também eram importantes, e muito. Continuando, apareciam as gigantescas listagens de tesouros. Manter essas infirmações apenas aos mestres era uma das grandes sacadas do jogo, pois legal mesmo era dar uma espada a um herói e observar o que este faria para testá-la. Foi um livro sem precedentes e que mudou a história do D&D
Bom, depois de quase uma década de jogo, a TSR resolveu dar uma recauchutada no AD&D e lançou a sua segunda edição, corrigindo, adaptando e incluindo muita coisa ao antigo livro. Era o novo Livro do Mestre que surgia e que também configura entre as minhas capa prediletas. Pois bem, com visual melhorado (capa dura e colorida, 192 páginas e interior em 3 cores), o livro corrigiu muitas incongruências e adicionou muito material que surgiu nesses 10 anos de jogo. 
A divisão do livro internamente continuou quase que a mesma, diferenciando-se por pequenos detalhes e uma adição significativa foi uma introdução à explicação dos planos de existência. Em 1995 esse livro ganhou uma nova impressão, com mais páginas (256 totalmente coloridas), capa dura e uma melhor diagramação, foi a edição traduzida pela editora Abril Jovem aqui no Brasil (Deus salve a Rainha!).
Bom, nessa parte deste conto, vem aquela história que todo mundo já conhece onde a Wizards of the Coast, fabricante do maior card game do mundo comprou a TSR, fabricante do maior RPG do mundo e resolveu lançar uma nova edição para os novos tempos (malditos!...foi o começo do fim). Pois bem, o Livro do Mestre ganhava mais uma face, mas a terceira edição ainda mantinha o antigo esquema dos outros livros mas com algumas mudanças sutis, com explicações adicionais sobre as aventuras e como um mestre deveria mesmo mestrar (uma maneira de ensinar como lidar com os personagens mais apelões que até hoje já surgiram, não é verdade, monge?). 
Mas uma coisa tenho de tirar o chapéu, o visual era incrível, capas e interior como nunca antes havia se visto, a não ser nos livros da White Wolf. E logo depois veio a edição chupa grana 3.algo e continuou na mesma, até os idos de 2008.
Na quarta edição, o livro do mestre mudou radicalmente. Ele explicava melhor a dinâmica da nova edição e outras coisas mais, mas já não tinha as gigantescas listas de itens mágicos (pois é, agora todo jogador podia ver e comprar qualquer item mágico e acabar com toda a graça do mestre de se fazer surpresa e suspense aos mesmos, e ainda sumiram os itens amaldiçoados!!!). Mas uma coisa eu achei legal, pois o novo livro explicava muito bem o novo cenário que, para um mestre iniciante cai muito bem.

Concluindo: desde o dia em que cheguei do colégio e abri um pacote da Editora Abril que chegara pelos correios há quase duas décadas não sinto a mesma emoção que senti naquela hora. Era o Livro do Mestre do AD&D, e eu o tinha em mãos....ahhhh, nostalgia.

E leiam também o outro post sobre o Livro do Jogador.